Gastão Entrudo

ENTREVISTA COM GASTÃO ENTRUDO (AUSTRÁLIA)

Report directamente da Austrália por Gastão Entrudo..




1. Olá Gastão!! Descreve-nos como tens vivido nos últimos dias a tua viagem pela Austrália e por tão belas ondas. Como está a ser a experiência de estares na presença dos melhores do mundo, num dos melhores locais para treinar e viver do e para o bodyboard?

R: Olá!! Por aqui as coisas não andam lá muito famosas pela simples razão que está instalada uma flatada enorme. O swell teima em entrar e foram poucos os dias de ondas boas que consegui apanhar. Mesmo assim surfar com alguns dos melhores riders do mundo é sempre muito bom para a minha evolução.


2. Apesar de partires para Shark Island nos TOP 16 nacionais, perdeste logo nos trials. A que deveu esta derrota tão prematura? Qual foi a maior dificuldade que enfrentaste nesta etapa mundial para não conseguires atingir uma posição mais promissora?

R: Não sei bem o que se passou, pois quando saí da água pensava que tinha passado o heat. Apanhei as maiores ondas do heat e mandei rollos fortes. No entanto, penso que se calhar devia ter feito Ars em vez de rollos.. As condições estavam boas para mim para seguir em frente mais uns heats. Agora apenas dá para olhar em frente e pensar já na próxima competição, no Brasil, em que vou ter de me concentrar ao máximo para obter uma boa posição.


3. Actualmente, com a flatada instalada em Shark Island (aí na Austrália) o que tens feito para ocupar o teu tempo?

R: Bem como já referi ondas é coisa que não tem havido, logo não tenho treinado muito bodyboard. Mas quando não há ondas, há que nos preparar para novos desafios. hehe Tenho-me dedicado à pesca e acho que estou a evoluir a olhos vistos como poderão ver na foto em anexo.. hehe


4. Revela-nos um pouco do que tens aprendido por aí, nessa cultura diferente, de ondas simplesmente pesadas, ocas e perigosas, bem como na presença de dois dois dos melhores bodyboarders lusos, Hugo Pinheiro e Rui Ferreira, e do fotógrafo Miguel “MTN” Nunes?

R: Devido à minha eliminação no main event fui contratado pelo Hugo para ir filmar o campeonato dentro de água, ao que consegui aperceber-me de algumas das “manhas” dos melhores riders do mundo numa onda complicada como Shark. Penso que foi o ponto mais positivo da viagem até agora. Quanto aos tugas não temos surfado ondas muito boas, mas está a ser bom tê-los por perto.


5. Para a etapa Shark Island, houve uma contratação de última da hora, o fotógrafo MTN. Assim teremos reportagens e fotos de todos os bons momentos do tugas e aussies captados numa objectiva lusa. O que pensas do papel dos fotógrafos relativamente à criação de adrenalina e de estimular melhor performances dos atletas? Qual achas que está a ser a mais valia de teres um fotógrafo português sempre ao vosso lado nesta viagem?

R: Para mim dá-me muito mais pica surfar com um fotógrafo na areia. Quase sempre levo o MTN comigo para que não só possa trazer boas fotos como também avaliar os meus erros e tenta-los corrigir através da observação desses momentos que o fotógrafo consegue reter nas objectivas. Tenho a perfeita noção que é realmente motivador e vantajoso ter sempre um fotógrafo a captar os nossos melhores momentos, porque para além de irmos construindo um álbum do percurso do atleta ao longo do tempo, o recurso à fotografia é um método de se conseguir eternizar/gravar todos aqueles momentos que permanecerão nas nossas memórias para sempre como reportagem daquelas sessões épicas que vivemos.


6. Ao nível de preparação que antecedeu esta viagem, gostávamos de saber que tipo de treino realizaste ao nível técnico, físico e psicológico, para enfrentares a possibilidade de Shark Island estar a quebrar com algum tamanho - 3m para cima?

R: Bem, treino comecei por fazer algum ginásio e tentei surfar mais direitas. Penso que não fiz nenhuma preparação assim muito especial. Quanto à possibilidade de ter que enfrentar ondas de 3 metros em Shark, nem pensei muito nisso. Mas se tivesse esse tamanho só tinha que agarra-las e pedir a Deus para não ficar fechado dentro dos tubos. eheh


7. Por último, deixa uma mensagem a quem, como tu, procura seguir o caminho de tornar o sonho de um dia poder tentar viver do e para o Bodyboard a tempo inteiro.

R: Dediquem-se ao máximo ao desporto, porque acredito que um dia poderemos ser um desporto mais mediático e com melhores condições para os atletas. Com esforço e dedicação tudo se consegue. Abraço e obrigado.

futuro do BB em portugal pode passar por ele